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18 de out. de 2016

A bolsa de valores de Moscou

(Isla Moura Breda)

Os mercados "Moscow International Currency Exchange" e "Russian Trading System", ambas formadas durante a década de 1990, eram as maiores e mais importantes bolsas de valores na Rússia. No ano de 2011, a Russian Trading System (RTS) integrou-se à Moscow International Currency Exchange (MICEX), criando assim, uma única Bolsa de Valores de Moscou. A Moscow Exchange MICEX-RTS está localizada no centro de Moscou, a poucos passos da Praça Vermelha, na rua Vozdvijenka, constituindo-se na maior bolsa de valores do país, realizando operações com ações, divisas estrangeiras, commodities, derivativos e títulos.

A aglutinação das duas grandes bolsas para a criação da MICEX-RTS foi feita buscando otimizar o mercado de ações russo, criar uma plataforma única para os emissores, comerciantes e investidores, reduzir o número de organizações com funções sobrepostas, o número dos custos de transação e oferecer maior praticidade nas transações. Além de tornar a bolsa de valores russa em uma das principais bolsas mundiais, seu desenvolvimento impulsionou os planos governamentais de fazer de Moscou um centro financeiro internacional.

Em fevereiro de 2013, a troca foi concluída com sua IPO (Oferta Pública Inicial) obtendo 15 bilhões de rublos (cerca de US$ 500 milhões). Assim, sendo mais de duas vezes maior que o esperado, aumentou a procura por parte dos investidores institucionais de todo o mundo, fazendo as ações da Bolsa serem incluídas no Índice MSCI. O maior acionista da troca, o Banco Central da Rússia, completou a venda pública de ações representativas de cerca de 12% da troca. Atualmente, as ações da MICEX-RTS são negociadas publicamente sob a MOEX.

No setor de mercados de negociação, a Equity & Market Bond é uma plataforma essencial para empresas russas aumentarem seu capital e investidores nacionais e internacionais acessarem oportunidades de capital e de investimento das dívidas. O mercado é a principal plataforma de negociação para as ações russas, assim como o governo e títulos corporativos.

No setor de mercados de commodities, a MICEX-RTS introduziu seu comércio local em ouro e prata no ano de 2013, adiando o lançamento do comércio de platina e paládio até o final de 2014, para realizar testes adicionais do sistema de negociação e compensação.

No setor de comércio de grãos, a Nacional Mercantile Exchange é uma plataforma russa exclusiva e essencial desde 2002 para o comércio local de grãos, assim como em futuros para entrega de produtos agrícolas.

Nos serviços de pós-negociação e de subsídio, foi concedido o estatuto de Central de Valores Mobiliários da Rússia para a National Settlement Depository (NSD), em 2012. Posteriormente a Euroclear e a Clearstream abriram contas com a NSD, permitindo, assim, que os investidores internacionais tivessem acesso aos títulos e ações russos. Outra subsidiária da MICEX-RTS, a National Clearing Centre (NCC), é o maior centro de compensação da Rússia, sendo contraparte central em todos os mercados da Moscow Exchange.

Composição (Setembro 2016):

O volume total de comércio aumentou 5,7% no período de 12 meses, subindo para cerca de 75 trilhões de rublos. O mercado monetário e do mercado de títulos registrou o maior crescimento, com os volumes aumentando 76% e 51%, respectivamente.

No segmento de private equities e ações, os volumes de negócios alcançou 2,1 trilhões de rublos, o que representa um aumento de 40% sobre o nível de negócios verificado em setembro de 2015. Os fundos de investimento (fundos de ações) são responsáveis por 710 bilhões de rublos, um terço do total.

Já o volume de negócios em títulos corporativos e títulos soberanos subiu 50% no período de 12 meses, alcançando um patamar de 1,4 trilhões de rublos. O valor médio diário de negócios nesse segmentos atinge 62 bilhões de rublos. Um total de 31 novas emissões de obrigações corporativas, com um valor combinado de 403 bilhões de rublos foi colocado em setembro de 2016.

Já no mercado de divisas, o volume de negócios aumentou 76% em comparação com setembro de 2015, totalizando 32 trilhões de rublos. O volume médio diário nesse segmento representa 1,4 trilhões de rublos.

O volumes de negociação diária de metais representa 10 bilhões de rublos, sendo negociados  : RUB 10,3 bilhões, com 3,7 toneladas de ouro (1,8 milhões de rublos) e 42 kg de prata.

O Conselho Executivo é composto por 5 membros: CEO Alexander Afanasiev, Sergei Poliakoff, Evgeny Fetisov, o COO Dmitry Shcheglov, Igor Marich e Anna Kuznetsova. O Conselho Fiscal é composto pelo presidente Alexei Kudrin, Alexander Afanasiev, Sean Glodek, Andrey Golikov, Maria Gordon, Valery Goreglyad, Yuriy Denisov, Anatoly Karachinsky, Duncan Paterson, Rainer Riess, Yuan Wang e Bella Zlatkis.

O mercado financeiro de Santiago do Chile

(Caroline Santiago)

Diferente de outras grandes cidades e áreas metropolitanas do mundo, Santiago do Chile não possui uma única entidade administrativa metropolitana encarregada de sua administração. Atualmente, a cidade é dividida em diversas autoridades locais, o que demanda um esforço adicional (nem sempre realizado com sucesso) de coordenação.

Segundo a atual estrutura territorial chilena, o território nacional está dividido em três níveis (regiões, províncias e comunas), mas a cidade de Santiago não se enquadra perfeitamente em nenhum deles, possuindo um estatuto especial. A chamada Região Metropolitana de Santiago (RMS) foi criada em 1976 para englobar uma área metropolitana criada dois anos antes, a partir da antiga Província de Santiago, mas uma série de localidades não foram incluídas em seu território, como Melipilla e Talagante. Já em nível provincial, a aglomeração urbana da Grande Santiago sobrepassa os limites da atual RMS (antiga Província de Santiago), alcançando províncias vizinhas como Cordillera, Maipo e Talagante. Mesmo assim, a RMS manteve a estrutura administrativa de comunas, possuindo atualmente 36 delas.

Quando a RMS foi formada em 1976, não se manteve a figura, como nas demais províncias, o cargo de governador provincial. Portanto, na RMS essa função é exercida pelo Intendente. Em 2001 foi criado o cargo de "Delegado provincial", que exerce as funções de governador, representando o Intendente, mas com poder muito menor que o dele, como os governadores provinciais de todo o país. 

A cidade de Santiago é o principal centro financeiro e comercial do Chile e um dos mais importantes da América Latina. Estudos projetam que em 2020, seu PIB (PPA) chegaria a US$225 bilhões, com uma taxa de crescimento anual efetiva de 3,8%, mantendo boa posição a nível mundial, sendo superada na América Latina apenas por São Paulo, Cidade do México, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Bogotá.

Quase 80% do produto interno bruto regional provêm do setor terciário, sendo que 26,16% do PIB existe graças aos serviços financeiros e empresariais e 13,99% devido ao comércio. A indústria produz 16,50% do PIB, o setor agropecuário apenas 1,06% e a mineração 0,93%, devido principalmente à mineradora de cobre Disputada de Las Condes. Em relação à geração do valor agregado por setores em nível nacional, na cidade de Santiago são gerados 45% da produção industrial nacional, 43% do setor da construção civil, 52% do setor de transportes, 64% do setor comercial e 77% do setor financeiro.

Em Santiago estão localizadas as principais instituições econômicas do país, incluindo a Bolsa de Comércio de Santiago (cujo principal índice bursátil é o IPSA), e a maioria das sedes de empresas nacionais e multi-nacionais, como LAN, Farmácias Ahumada, Santa Isabel, Falabella, Nestlé, HP, Reuters, JP Morgan, Intel, Coca-Cola, Unilever, Kodak, BHP-Billiton, IBM, Motorola, Microsoft, Ford, Toyota, Yahoo!, entre outras. Graças a tratados de livre comércio, assinados desde a década de 2000 com os Estados Unidos, União Europeia, República Popular da China, Japão, Coreia do Sul, entre outros, diversas empresas internacionais têm utilizado Santiago como uma plataforma de entrada ao mercado latino-americano.

Segundo a revista América Economia, Santiago é uma das melhores cidades para se fazer negócios da América Latina, ficando em diversas áreas entre as primeiras posições. Inclusive, em 2007, Miami e Santiago, empatadas em primeiro lugar, foram consideradas as melhores cidades da América para se realizar novos negócios. Em relação ao comércio, tem crescido muito nos últimos anos, potenciado pela construção de vários centros comerciais em diversas zonas da capital e pelo auge dos inúmeros hipermercados.

A indústria, responsável por cerca de 50% do PIB nacional, se concentra próxima à capital, Santiago. Os principais segmentos são o alimentício, a produção de vinho, têxtil, metalúrgico, siderúrgico, mecânico, maquinário, cimento, madeira e derivados, beneficiamento de minérios, etc.

A mineração, por sua vez, é uma das principais responsáveis pela captação de receitas financeiras, visto que ela impulsiona tanto o setor industrial quanto o de serviços. O solo chileno é extremamente rico em recursos minerais, com destaque para as reservas de cobre – o país é o maior produtor e exportador mundial. Outros importantes minérios são: carvão, manganês, minério de ferro, molibdênio, zinco, chumbo e ouro.

Hoje em dia (setembro de 2016), o principal indicador da Bolsa de Valores de Santiago, o IPSA tem flutuado ao redor dos 4 mil pontos, com um volume de ações negociadas de 39 bilhões de pesos chilenos (US$ 59 milhões), em 12.862 operações.

12 de abr. de 2016

Saldo comercial positivo : o reflexo dos gastos menores com importações no primeiro trimestre de 2016

(Isabel Cattoni)

Com o aprofundamento do sensível desgaste da demanda e da atividade econômica doméstica no Brasil, além da desvalorização acentuada no câmbio, o que contribui para uma perspectiva de saldo positivo da balança comercial, o primeiro trimestre de 2016 conheceu um superávit histórico. As projeções para esse resultado anual passam de US$ 33 bilhões, tal como previsto em outubro de 2015 Trata-se de uma perspectiva bastante plausível, uma vez que, só no primeiro trimestre de 2016, o país já obteve um saldo elevado pouco superior a US$ 8 bilhões, segundo números oficiais. Trata-se do melhor resultado para meses de março desde 1989. Ou seja, é o melhor superávit registrado num mês de março em 28 anos. De acordo com Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a balança comercial registrou apenas no segundo bimestre do ano, uma elevação de mais de US$ 4 bilhões nas exportações.

Vale ressaltar que o aumento do saldo, deriva, em particular, de considerável contração nos gastos com importações, de acordo com os dados do governo, a melhora do saldo positivo da balança comercial em março está relacionada, principalmente, com a forte queda das importações (-30%), uma vez que as vendas externas também recuaram no mês passado, mas em menor proporção (-5,8%), não significando uma melhora quanto às probabilidades elevadas para a economia doméstica. Pode-se afirmar, de fato, que o aumento esperado para os volumes que são embarcados para o exterior – especialmente de produtos industrializados – está conexo à maior disponibilidade dos mesmos para a exportação com relação ao menor consumo interno. Nesta sequência, as mais amplas receitas de exportação esperadas para produtos manufaturados não devem refletir em aumento da atividade industrial, mas sim, apenas amortecer efeitos negativos ainda mais exacerbados sobre a indústria brasileira, acarretando a uma elevação da participação – ainda que baixa, num total – das vendas externas sobre o total setorial.

O significativo recuo das compras do exterior acontece em um ambiente de fraco nível de atividade no país – com a economia brasileira em recessão – e também de alta do dólar, além de uma forte crise política, que afeta diversos segmentos de investimentos e índices de mercado, acabando por encarecer os importados e barateia as vendas externas. Destacando dois setores positivos nas exportações em 2016, dentre os industrializados, um é o complexo automobilístico, com um crescimento de 7,6% de estimativa, alavancada por maior volume embarcado aos parceiros latinos, como México, Colômbia e Uruguai, por conta de atuais acordos bilaterais, pela melhora nas recentes relações com a Argentina – mesmo que as expectativas sejam pouco otimistas. O segundo, é o agronegócio, por conta do açúcar, e o complexo petroquímico, ambos beneficiados por uma elevação dos volumes exportados. Mesmo que a perspectiva seja ainda de aumento dos volumes embarcados, os preços das principais commodities no mercado internacional (a exemplo do petróleo e do minério de ferro) devem seguir em queda.

No caminho das importações, a expectativa de regresso relevante dos gastos em 2016 está pautada ao ambiente de recessão doméstica e à marcante desvalorização do real frente ao dólar, que encarece os produtos estrangeiros na moeda nacional. Quanto às importações de bens de capital, as quedas expressivas esperadas em 2016 devem ser principalmente determinadas pela menor produção industrial interna e pelo recuo dos investimentos, reduzindo a demanda por importados. Já os bens de consumo devem ser depreciados, em particular, pela contração da renda das famílias, pela menor oferta de crédito e pelos juros mais elevados, inibindo o consumo doméstico. Adicionalmente, a expectativa é de compressão também nos gastos com importação de matérias-primas e produtos intermediários (insumos que se integram ao produto final) neste ano. Além de expressiva baixa dos volumes importados, os preços de itens relevantes da rubrica devem seguir em queda (como os do petróleo e do complexo químico).

Referências:

http://economiaemercado.wordpress.com/2016/02/10/maior-saldo-comercial-deve-refletir-menor-gasto-com-importacoes/
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/04/balanca-comercial-tem-melhor-resultado-para-marco-em-28-anos.html

Comércio internacional do Marrocos

(Ana Paula Lima Coelho)

O Marrocos está localizado no extremo noroeste da África, é limitado ao norte pelo Estreito de Gibraltar (onde faz fronteira com a Espanha) e pelo mar Mediterrâneo, pela Argélia, a leste, e, ao sul, pela Mauritânia, através do Saara Ocidental. O território do país ocupa área de 711 mil km2 , e a população é de 32 milhões de habitantes. As principais cidades do país são Rabat (capital), Casablanca, Salé e Fez.

O setor de serviços representa 51% do PIB, o setor industrial, 32%, e o agrícola, 17%. Trigo, cevada, frutas e verduras são os principais cultivos agrícolas do país, e o resultado das safras é determinante para a performance econômica marroquina. O país dispõe de poucos recursos minerais, e o fosfato é sua principal riqueza. No setor industrial, destacam-se o segmento têxtil, o processamento de alimentos, o refino de petróleo e a montagem de produtos eletrônicos. O turismo desempenha importante papel na economia local. Entre 2008 e 2012, a economia do Marrocos cresceu em média 4,4% ao ano. O crescimento da economia do país, em 2012, foi inferior ao registrado nos anos anteriores, devido ao mau desempenho da agricultura local, cujas receitas se reduziram em aproximadamente 6% em relação a 2011, e da crise econômica na União Europeia, principal parceira econômica do país.

Em ranking organizado pela UNCTAD em 2011, o Marrocos foi considerado o 67º mercado mundial, (70º exportador mundial e o 59º importador). De 2007 a 2011, as exportações do Marrocos reduziram-se em 12,2%, de US$ 17,3 bilhões para US$ 15,2 bilhões. Segundo dados da Apex-Brasil, os principais destinos das exportações do Marrocos, em 2010, foram França (participação de 21%), Espanha (20%), Índia (5%), Estados Unidos (4%) e Alemanha (4%). Os principais produtos da pauta de exportações do país são confecções, condutores elétricos, produtos químicos inorgânicos e adubos e fertilizantes. Já quanto as importações entre 2007 e 2011, as importações do Marrocos aumentaram apenas 2,9%, de US$ 27,03 bilhões para US$ 27,82 bilhões. Em 2011, reduziram-se em 3,2% em relação a 2010, quando haviam somado US$ 28,74 bilhões. Seus principais parceiros importadores em 2010, foram França, Espanha, China, Estados Unidos e Itália.

Relação Brasil x Marrocos

O intercâmbio comercial entre o Brasil e o Marrocos cresceu 30,1% entre 2008 e 2012. Em 2012, as trocas entre os dois países cresceram 7,3% em relação a 2011, de US$ 2,01 bilhões para US$ 2,15 bilhões. O Marrocos foi o nosso 5º maior parceiro comercial do Brasil na África (representatividade de 8,3%) e o 41º no mundo (representatividade de 0,43%). Os principais produtos importados em 2012, juntos, representaram 86,3% da pauta, que no geral são produtos minerais, como fosfato e etc.

Foi criada uma associação entre Brasil e Marrocos, chamada Associação de Amizade e Cooperação Brasil Marrocos. Tem como principal objetivo promover o desenvolvimento cultural, econômico e social intercâmbios, parcerias e investimentos entre Brasil e Marrocos.

Para atingir seu objetivo principal, o AACBM pode:

* Promover o fortalecimento e manter amizades e relações entre Brasil e Marrocos.

* Promover o desenvolvimento sócio-econômica de Marrocos, em estreita colaboração com todas as organizações e entidades, públicas e privadas, envolvidas nesta causa.

* Trabalhando para o desenvolvimento sustentável e harmonioso entre o Marrocos e Brasil.

* Promover o conhecimento ea valorização da riqueza e potencial de Marrocos.

* Promover e desenvolver entre os seus membros, uma extensa rede de simpático e profissional, de interesse para as relações Brasil e Marrocos.

* Promover a cultura e arte marroquina, incluindo a realização de eventos e projetos culturais enquadrados ou não a federal, estadual e as leis locais de incentivo à cultura.

* Projeto, promover e implementar projetos, eventos, pesquisa e consultoria em suas áreas de especialização.

* Fortalecimento dos projetos, redes e existente em suas áreas de atuação, através do desenvolvimento de ações coletivas para apoiar as organizações que trabalham nestas áreas brasileiras e parcerias marroquinas.

As relações políticas e econômicas entre os países tem se fortalecido no âmbito das atividades da Cúpula América do Sul e Países Árabes (ASPA), da qual ambos os países tem participado ativamente.

Comércio internacional de moda praia: conquistas e desafios para o Brasil

(Beatriz Teixeira)

O clima tropical que garante altas temperaturas e sol na maior parte do território brasileiro o ano todo, associado a um extenso litoral detentor de praias internacionalmente famosas e que ilustram cartões postais, criam o marketing perfeito para as marcas brasileiras exportadoras de moda de praia. Porém, uma série de outros fatores consolidam o sucesso dos biquínis, maiôs e cangas brasileiros: corte e modelagem aperfeiçoados; designs inovadores; as estampas que carregam cores vivas que remetem à fauna e a flora brasileiras; a presença de detalhes artesanais e a qualidade dos tecidos das peças.

As marcas brasileiras exportam para um grande número de países, cada país possui características culturais diferentes e preferências por certas modelagens, por isso as marcas precisam se adequar ao gosto dos clientes internacionais sem perder sua essência. Alguns dos países consumidores da moda Brasil são Portugal, Espanha, Itália, Japão, França, EUA e até mesmo alguns países da Liga Árabe, com destaque para os Emirados Árabes e o Líbano.

O país que mais demanda os produtos de moda praia do Brasil são os EUA, que é inclusive de onde se obtém o maior retorno lucrativo. Entretanto, enfrentamos também forte concorrência dos produtos mexicanos, que têm apelo cultural, qualidade e não são sobretaxados na importação, como ocorre com os produtos brasileiros, já que o México integra a NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio).

Outro grande desafio são os subsídios chineses, que muitas vezes são ilegais ou passíveis de questionamento, conforme diz o diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, “A empresa brasileira não enfrenta apenas os concorrentes internacionais. Enfrenta, por exemplo, o Estado chinês, com subsídios considerados ilegais ou passíveis de questionamento na OMC. Também existem questões que dizem respeito somente a nós, como infraestrutura, burocracia e carga tributária”.

O mercado brasileiro de moda praia tem grande potencial para continuar crescendo, todavia é preciso que o país adote medidas para facilitar os processos de manufatura e exportação. O produto pode chegar ao ponto de venda valendo aproximadamente 13 vezes do seu valor original, o que faz com que haja uma redução de custos no processo de confecção e prejudique empresas menores. O âmbito internacional é muito competitivo e para que o Brasil possa ganhar mais destaque nessa área do ramo têxtil, é essencial que existam mudanças nas estruturas internas do país.